sexta-feira, 29 de agosto de 2008
A campanha.
Temos levado a cabo uma campanha de divulgação da petição e do problema da pequena corrupção junto de vários organismos. Iniciámos um processo de envio, por email, do logótipo e do link para a petição, destinado a alertar todas as Câmaras Municipais do país, blogues, meios de comunicação social, associações de estudantes (pois é a estes que diz respeito grande parte do problemas das "cunhas", são eles que vão integrar os postos de trabalho nos próximos anos). Até agora, recebemos, apenas, uma (!) resposta do gabinete de apoio à direcção do PCP - Partido Comunista Português, que muito agradecemos. Esta é uma luta que não pode parar. Até pode ser que a petição, por falta de assinaturas, não seja levada ao Parlamento. Mas é preciso consciencializar as pessoas que o MÉRITO e o ESFORÇO devem ser premiados. Singra quem produz, quem cria e quem inova - não os medíocres, que precisam de recorrer a "padrinhos" para lhe abrirem o caminho.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Um primeiro balanço.
Em pouco mais de 2 dias este blog recebeu acima de 200 visitantes. Valor que não coincide com as apenas 3 assinaturas que, até ao momento, recebemos na petição contra a "cunha" em Portugal. Duas conclusões, a frio: ou estamos enganados e a cunha não existe, ou o medo impera. Vamos acreditar numa hipotética terceira: o clientelismo é de tal maneira um hábito enraízado na sociedade portuguesa que já ninguém se importa se um imbecil lhe passe a perna, desde que tenha pão e circo sobre a mesa. Há ainda outra hipótese, que é a de que todos os power-points e correntes que recebemos com músicas de pan-pipe ou do Julio Iglesias feitos e reencaminhados por funcionários públicos com muito tempo disponível, interessam muito mais do que o desenvolvimento do País. É possível.
Contudo, não podemos deixar de salientar alguma discussão que se desenrolou em redor do tema da cunha. O João Villalobos, do Corta-fitas diz que não assina a petição, por uma questão de coerência. Está no seu direito. Nós, se fossemos coerentes, já tinhamos ou mudado de país ou cometido suicídio. Mas lá vamos vivendo em paradoxo.
O Miguel Ferreira, do Politikae, baixa os braços e diz que não à petição. Faz bem. Mas se acha que é impossível vigiar os acessos à função pública, não faz sentido vivermos em democracia. Todos nós sabemos que, em Portugal, os pacotes legislativos, punem antes de educar - daí que a nossa legislação, abundante de alíneas como os grãos de areia das nossas praias, não sirva de nada. As infracções cometem-se ou contornam-se à boa moda do chico-espertismo lusitano.
Nós continuamos a dizer: não assina, compactua. Se não compactue, ao menos arranje soluções, fale, reclame, exponha. Passar a vida de quatro, com o rabinho entre as pernas não leva a nada.
Pelo menos, mau grado as 3 assinaturas de 3 corajosos, já se fala da cunha em vez de se sussurrar, apenas...
Contudo, não podemos deixar de salientar alguma discussão que se desenrolou em redor do tema da cunha. O João Villalobos, do Corta-fitas diz que não assina a petição, por uma questão de coerência. Está no seu direito. Nós, se fossemos coerentes, já tinhamos ou mudado de país ou cometido suicídio. Mas lá vamos vivendo em paradoxo.
O Miguel Ferreira, do Politikae, baixa os braços e diz que não à petição. Faz bem. Mas se acha que é impossível vigiar os acessos à função pública, não faz sentido vivermos em democracia. Todos nós sabemos que, em Portugal, os pacotes legislativos, punem antes de educar - daí que a nossa legislação, abundante de alíneas como os grãos de areia das nossas praias, não sirva de nada. As infracções cometem-se ou contornam-se à boa moda do chico-espertismo lusitano.
Nós continuamos a dizer: não assina, compactua. Se não compactue, ao menos arranje soluções, fale, reclame, exponha. Passar a vida de quatro, com o rabinho entre as pernas não leva a nada.
Pelo menos, mau grado as 3 assinaturas de 3 corajosos, já se fala da cunha em vez de se sussurrar, apenas...
domingo, 24 de agosto de 2008
A razão de ser deste blogue.
Frequentemente se ouve falar na "cunha", na rua, nos transportes públicos, nos cafés. A "cunha" é propalada e por todos conhecida como parte de um hábito cultural português. E parece estar em todo o lado, seja nos serviços públicos - para despachar um requerimento ou para admitir o amigo ou alguém da família ou do partido -, seja nas escolas -para favorecer o filho-, ou no emprego - para subir de escalão ou ser promovido. Quando é que cada um de nós não soube, por experiência própria, ou por outrém, que num determinado concurso público o lugar estava «para alguém?». Conformados, replicámos: é a "cunha", é o "factor c"...».
E a maioria de nós, portugueses, aceitamos este processo como algo absolutamente natural e comum.
Não é.
A "cunha" é uma insidiosa forma de clientelismo, promove a mediocridade e a injustiça, eleva o banal à condição de meritório e fomenta a incompetência. Fala-se que Portugal não chega ao padrões de produtividade e competitividade europeias. Não será a "cunha", que ao longo de anos tem colocado pessoas inábeis, incapazes e medíocres em lugares destacados - favorecendo assim, não aqueles que construiram a sua carreira profissional com esforço, mas quem possue os conhecimentos para o fazer - não será, repetimos, a "cunha", uma das principais causas do atraso de Portugal em relação aos países nórdicos onde este tipo de clientelismo foi quase erradicado da vida pública?
Vamos, pois, pedir ao Governo e ao Estado que se insurja contra a cunha, impondo restrições a todo o tipo de clientelismo e favorecimentos. Não podemos desculpabilizar estas acções, por muito que elas não interfiram directamente com o nosso quotidiano.
Não assinar esta petição é ser conivente com este estado.
Faça valer a sua voz por um um país mais justo.
E a maioria de nós, portugueses, aceitamos este processo como algo absolutamente natural e comum.
Não é.
A "cunha" é uma insidiosa forma de clientelismo, promove a mediocridade e a injustiça, eleva o banal à condição de meritório e fomenta a incompetência. Fala-se que Portugal não chega ao padrões de produtividade e competitividade europeias. Não será a "cunha", que ao longo de anos tem colocado pessoas inábeis, incapazes e medíocres em lugares destacados - favorecendo assim, não aqueles que construiram a sua carreira profissional com esforço, mas quem possue os conhecimentos para o fazer - não será, repetimos, a "cunha", uma das principais causas do atraso de Portugal em relação aos países nórdicos onde este tipo de clientelismo foi quase erradicado da vida pública?
Vamos, pois, pedir ao Governo e ao Estado que se insurja contra a cunha, impondo restrições a todo o tipo de clientelismo e favorecimentos. Não podemos desculpabilizar estas acções, por muito que elas não interfiram directamente com o nosso quotidiano.
Não assinar esta petição é ser conivente com este estado.
Faça valer a sua voz por um um país mais justo.
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