terça-feira, 26 de agosto de 2008

Um primeiro balanço.

Em pouco mais de 2 dias este blog recebeu acima de 200 visitantes. Valor que não coincide com as apenas 3 assinaturas que, até ao momento, recebemos na petição contra a "cunha" em Portugal. Duas conclusões, a frio: ou estamos enganados e a cunha não existe, ou o medo impera. Vamos acreditar numa hipotética terceira: o clientelismo é de tal maneira um hábito enraízado na sociedade portuguesa que já ninguém se importa se um imbecil lhe passe a perna, desde que tenha pão e circo sobre a mesa. Há ainda outra hipótese, que é a de que todos os power-points e correntes que recebemos com músicas de pan-pipe ou do Julio Iglesias feitos e reencaminhados por funcionários públicos com muito tempo disponível, interessam muito mais do que o desenvolvimento do País. É possível.
Contudo, não podemos deixar de salientar alguma discussão que se desenrolou em redor do tema da cunha. O João Villalobos, do Corta-fitas diz que não assina a petição, por uma questão de coerência. Está no seu direito. Nós, se fossemos coerentes, já tinhamos ou mudado de país ou cometido suicídio. Mas lá vamos vivendo em paradoxo.
O Miguel Ferreira, do Politikae, baixa os braços e diz que não à petição. Faz bem. Mas se acha que é impossível vigiar os acessos à função pública, não faz sentido vivermos em democracia. Todos nós sabemos que, em Portugal, os pacotes legislativos, punem antes de educar - daí que a nossa legislação, abundante de alíneas como os grãos de areia das nossas praias, não sirva de nada. As infracções cometem-se ou contornam-se à boa moda do chico-espertismo lusitano.
Nós continuamos a dizer: não assina, compactua. Se não compactue, ao menos arranje soluções, fale, reclame, exponha. Passar a vida de quatro, com o rabinho entre as pernas não leva a nada.
Pelo menos, mau grado as 3 assinaturas de 3 corajosos, já se fala da cunha em vez de se sussurrar, apenas...

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